segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Uma sátira ao modelo obstétrico atual



Monthy Python - The Meaning of Life: The Miracle of Birth   trata-se de um curta metragem da década de 90, que teve como objetivo fazer uma sátira ao sistema obstétrico que vigorava no período, e que infelizmente retrada o  modelo obstétrico que  ainda prevalece no Brasil. Percebe-se que houve a preocupação de ilustrar o papel ocupado pela mulher no evento do parto e nascimento. Esta que antes era juntamente com o bebê a protagonista do parto e nascimento, passou a ser mera coadjuvante, sedendo aos poucos o protagonismo à classe médica, e as inúmeras intervenções que passaram a se tornar rotina.  Vejamos algumas das críticas apontadas pelo documentário:

  • O Protagonismo médico, o qual  recebeu  uma trilha sonora que nos remete ao heroísmo;
  • A mulher como coadjuvante, incapaz de dar a luz, e com necessidade de ser curada por médicos. “Ola não se preoculpe! Logo será curada por nós.” “Nem irá perceber o que te atingiu, adeus!” “Você não é capacitada”;
  • Administrador aéreo aos acontecimentos que ocorrem dentro das salas de parto, com foco exclusivamente nas vantagens lucrativas;
  • Supervalorização das inovações tecnológicas, a qual  também entra em cena com trilha sonora heróica. Tecnologias que por vezes são utilizadas por profissionais que nem mesmo sabem a finalidade da mesma e muito menos o momento em que esta tecnologia pode ser útil. Um exemplo é a ilustrada máquina de fazer “Ping”;
  • Questão do acompanhnte; “ marido não é parente , só permitimos a presença de pessoas envolvidas.” Apesar de existir uma lei que garante o direito de acompanhante da escolha da parturiente, esta ainda é negligenciada em muitos hospitais.
Precisamos com grande urgência resgatar o protagonismo da mulher no parto. É evidencia que paises como Holanda, Alemanha, os quais prezam pelo parto natural e o protagonismo à mulher, possuem os melhores resultados quanto ao índice de mortalidade materna e neonatal. Em contrapartida, O Brasil possui uma das maiores taxas de cesariana, cuja grande maioria destas cesarianas são eletivas.  Pela primeira vez, o Brasil registrou mais cesarianas do que partos normais. Tabulações feitas pela Folha no DataSUS, sistema do Ministério da Saúde, mostram que o percentual de partos cesáreos chegou a 52% do total em 2010. Em 2009, eles já tinham se igualado aos normais, sendo que a Organização Mundial da Saúde recomenda uma taxa em torno de 15%. Acompanhados destes índices, o Brasil possui elevada taxa de mortalidade materna, que supera as taxas de paises como Haiti, Líbia por expemplo. Vamos resgatar o protagonismo das mulheres brasileiras no parto; fomos divinamente capacitadas para isso, e podemos contribuir imensamente na transformação destes índices.
“O Parto é Seu. Empodere-se”.



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